PAPO DE COXIA
A palavra Palhaço deriva do italiano paglia, que quer dizer palha, que era o material usado no revestimento de colchões. O nome começou a ser usado porque a primitiva roupa desse cômico era feita do mesmo pano e revestimento dos colchões: um tecido grosso e listrado, e afofada nas partes mais salientes do corpo com palha, fazendo de quem a vestia um verdadeiro "colchão" ambulante. Esse revestimento de palha os protegia das constantes quedas e estripulias. Atualmente é geralmente vestido de um jeito engraçado, com trajes desproporcionados e multicoloridos, com aplicações de pinturas (maquiagens) especiais e acessórios característicos. Entretanto, há diversos tipos de palhaço, como o melancólico, romântico, bufão, etc.
A palavra Clown é de origem inglesa e tem origem no sec. XVI. Etimologicamente vem de clod, que em inglês significa "camponês" e ao seu meio rústico, a terra (estúpido, cabeça-dura, bronco). O clown é lírico, inocente, ingênuo, angelical e frágil. O clown não interpreta, ele simplesmente é. Ele não é uma personagem, ele é o próprio ator expondo seu ridículo, mostrando sua ingenuidade. Na busca desse estado, o ator, portanto, não busca construir um personagem, mas sim encontrar essas energias próprias, buscando transforma-las em seu corpo. Para tanto, cada ator desenvolve esse estado pessoal, de clown, com características particulares e individuais.
Branco e Augusto
Augusto é o tipo mais conhecido no Brasil. É extravagante, absurdo, pícaro, mentiroso, surpreendente, provocador. Representa a liberdade e a anarquia, o mundo infantil. É desajeitado e desastrado, tornando sua atuação desajeitada e deselegante. É inoportuno em sua tentativa de socializar-se, mas acaba por conquistar com sua simpatia e brincadeiras. Diversas lendas coincidem a fazer nascer o personagem no Circo Renz de Berlim (1865), encarnado por um tal August, um moço de jeito enfadonho e beberrão — de onde vem o nariz vermelho. Diz a lenda que ele era um cuidador de cavalos e um certo dia, como era alcoólatra, entrou no palco bêbado. Como as pessoas na Europa costumam ser muito brancas, quando bebem avermelham o nariz e as maçãs do rosto, muitos dizem que deriva-se daí o nariz de palhaço e a maquiagem. É esse o espirito do Augusto, brincalhão e que faz bastante algazarra. Ainda na mesma lenda, diz-se que o companheiro do Augusto entrou para tentar tirar o amigo do picadeiro, sóbrio tenta de todo jeito fazer o amigo se regrar. É daí que se acredita que nasceu o Branco. Outra versão diz que o termo augusto é de raiz alemã. No caso seria o alemão Tom Belling que teria entrado a cavalo e feito uma apresentação desastrosa. Então a plateia gritou Augusto! Augusto!" que em dialeto berlinese, significa pessoa que se encontra em situação ridícula. Ele é uma grande hipérbole. Tudo é grande, suas roupas, seu nariz, seus sapatos.
O Branco é o inverso do Augusto. Também chamado Carabranca, Pierrot, Enfarinhado e Esperto ou Sério. Em vários circos do Brasil ele é conhecido como Escada. O tipo nasceu na Inglaterra em meados do século XVIII, com Giuseppe e Joe Grimaldi, costumava aparecer maquiado de branco e vestido num elegante vestido brilhante. Seus trajes são seu grande diferencial, já que sua elegância revela um clown aristocrata, que, quando contracena com outros palhaços, toma o controle da situação.
Os dois formam a dupla mais tradicional de palhaços, com um contrasto apolíneo e bacante, de ordem e desajuste.
Existem Clowns Brancos e Augustos e existem também palhaços Brancos e Augustos. São subcategorias de cada "espécie".
O clown está mais para Charles Chaplin. O palhaço está mais para três patetas. Existem diversos gêneros de palhaço e essa é uma arte bem mais profunda do que imaginamos que seja. Os palhaços circenses, os palhaços de rua, os palhaços de palco, etc., são todos palhaços, mas ser palhaço é muito mais do que pintar a cara e fazer palhaçada.
O curioso é que quanto mais um palhaço "TENTA" ser engraçado, mais sem graça ele é. O palhaço realmente divertido de se olhar é aquele que age verdadeiramente, espontaneamente.
Diferença entre palhaço e clown?
Não vou analisar a fundo as diferenças da maquiagem e da roupa entre clown e palhaço, mas é importante dizer que os palhaços geralmente são mais coloridos, com mais detalhes e mais chamativos, poderia até dizer que o palhaço carrega consigo a obrigação de fazer rir e de usar a menor mascara do mundo: o nariz vermelho! O palhaço e o Clown são ridículos por natureza, qualquer um que olhar vai dar um descrédito imediato á essas figuras, dando uma importância mínima, esperando que sirvam unicamente para causar um sorriso imediato, e pelo contrário, em séculos passados sábios usavam dessa liberdade para criticar aos reis e mandantes tiranos, sem sofrer nenhuma consequência (volto á esse assunto nas próximas postagens).
Aqui chegamos á um ponto importante, até o presente momento tem-se uma diferença mínima, porém, a palavra “Ridículo”, nos traz de volta ao tema.
O palhaço é um ser ridículo, o ser que ninguém quer ser, muitos o apreciam com a finalidade de rir somente, e para isso ele está ali! Pouquíssimos olham com admiração e dizem“Também quero ser palhaço”, e os que fazem isso estudam técnicas milenares dos palhaços, como cair, dar cambalhotas, chutes na bunda, e muitas outras “Gags” que são piadas visuais utilizadas por palhaços e cômicos durante séculos. Sem medo de errar, digo que os palhaços são personagens importantes que alguns atores ou simpatizantes assumem para alegrar esse mundo caótico e por muitas vezes, chato, onde um quer ser melhor que o outro, mostrando-se poderoso, imponente e bem vestido. O palhaço deixa de existir quando o ator o descaracteriza, tirando a roupa e a mascara.