terça-feira, 23 de julho de 2013

Análise crítica do espetáculo "Maria Peregrina" - Grupo Os Marias

ESPETÁCULO “MARIA PEREGRINA”

Grupo Os Marias da cidade de Pirassununga-SP


O espetáculo se inicia com a disposição além do palco. Os atores se posicionam em diferentes espaços para formar uma imagem de exposição. Ao passar para o palco a estética elaborada e passada para os olhares do público foi muito limpa e bela. Uma árvore muito bem desenhada em sua estrutura e com uma delimitação do espaço de ação cênica dentro do próprio palco, deixando o além do contorno da corda a quebra da construção da personagem. Os cajados realizam um jogo de troca muito eficaz nas mãos dos atores. O jogo de entrar no espaço delimitado faz o ator viver o personagem e construir seu corpo e intenção e ao sair do espaço mostra aos olhos o trabalho do ator que está em consciência do trabalho e de seu papel. Os atores mostram confiança no texto ao buscar o olhar da plateia e focar nos olhos chamando as pessoas para dentro da história. Alguns momentos foram utilizados a imagem e função do coro, recurso utilizado no teatro grego antigo quando o coro tece comentários e narrativas para condução das ações. Preparação física dos atores é muito constante para manter a dinâmica da continuidade das ações. Momento de alusão à cena religiosa quando a personagem mulher cai realizando uma analogia com as três quedas no caminho de Jesus a crucificação e a ajuda que obteve e na peça usou-se a troca dos sexos na ilustração cênica. Em especial me emociona a cena do barqueiro que atravessa as pessoas para os lados do rio como uma analogia a personagem presente no texto de Gil Vicente (Auto da Barca do Inferno), porém com uma finalidade diversa, próprio da característica da região. A fé é demonstrada com sutileza e emoção pelos elementos de criação e execução. Técnicas de posicionamento do palco bem trabalhadas assim como utilização de elementos de sonoplastia, mas que em alguns aspectos deixou de ter a compatibilidade com a história como flautas plásticas. Iluminação muito bem direcionada nas intenções das cenas e na beleza plástica onde ficaram evidenciadas e o resultado foi conciso. A direção foi de papel importante no determinismo de posturas cênicas e na busca da verdade. Figurinos apropriados com a simplicidade do enredo. No final com a movimentação da corda delimitando o espaço de atuação aos meus olhos ficou claro o desenho de um coração que causal ou não “casou” bem com a cena emocionante da dor do coração da mãe a procura de seu filho desaparecido e encontrado na história seu fim na cena do barqueiro. Alguns trejeitos do linguajar deram ao enredo uma estrutura bem construída na ambientação do tempo e localidade, mas com problemas de aceleração em algumas falas dificultaram a compreensão de muitas palavras de um modo extrapolado. Ao propor à troca de posturas de ator e personagem junto com os adereços as situações foram prejudicadas um pouco pelo fato de não assumir o objetivo e seguir uma linearidade durante todo o trabalho. Outro fator que me chamou a atenção foi à cena do beijo que no momento se mostrou sem o cuidado técnico preciso para a execução e foi muito pouco explorado com a leveza e sensação da cena. Em alguns momentos a voz impostada acabou faltando, por motivo de treinamento e preocupação da direção, ou do ator ou pela acústica do espaço, mas que não anula o prejuízo em momentos da história por falta de consciência. A experiência é uma das bases de uma boa e limpa atuação e no elenco percebemos o nervosismo não de todos, mas de poucos, com a ansiedade e falta de “cancha” com a experimentação teatral e de suas nuanças foi demonstrada através de erros a expressão do próprio onde o erro só é entregue para o público se o próprio ator quiser, pois para o público pode fazer parte do texto ou com a concentração do ator aquele erro passa despercebido pelo poder de confiança do ator no que está realizando. Tudo normal quando ainda está se buscando o “casco” na interpretação. Expressão modifica a forma de se ver a sensação e objetivo da cena e em alguns momentos os atores ficaram devendo, pois foram demonstrados diálogos com intenções sempre constantes sem alterações que devem ser comuns dependendo da ação e do seu alcance. Fato que o espetáculo pode evoluir e o mesmo possuí um grande potencial para se expandir pelo país por ter uma potencialidade na construção e na condução da história. Essas são observações e uma análise que nunca serão destrutivas, mas sempre com o intuito de poder ajudar.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

PAPO DE COXIA - Complexo de Édipo

PAPO DE COXIA 

Complexo de Édipo

Segundo Sigmund Freud, o Complexo de Édipo verifica-se quando a criança atinge o período sexual fálico na segunda infância e dá-se então conta da diferença de sexos, tendendo a fixar a sua atenção libidinosa nas pessoas do sexo oposto no ambiente familiar. O conceito foi descrito por Freud e recebeu a designação de complexo por Carl Jung, que desenvolveu semelhantemente o conceito de complexo de Electra.


História 


Freud baseou-se na tragédia de Sófocles (496–406 a.C.), Édipo Rei, para formular o conceito do Complexo de Édipo, a preferência velada do filho pela mãe, acompanhada de uma aversão clara pelo pai.
Na peça (e na mitologia grega), Édipo matou o seu pai Laio e desposou a própria mãe, Jocasta. Após descobrir que Jocasta era sua mãe, Édipo fura os próprios olhos e Jocasta comete suicídio.
Sófocles utilizou este mito para suscitar uma reflexão sobre a questão da culpa e da responsabilidade perante as normas, éticas e tabus estabelecidos na sua sociedade (comportamento que, dentro dos costumes de uma comunidade, é considerado nocivo e lesivo à normalidade, sendo por isto visto como perigoso e proibido aos seus membros). 
No seu ensaio Dostoiévski e o parricídio Freud cita, além de Édipo Rei, duas outras obras que retratam o complexo: Hamlet e Os Irmãos Karamazov.

Análise crítica do espetáculo "O Arquiteto e o Imperador da Assíria" - Cia. de 2

ESPETÁCULO “O ARQUITETO E O IMPERADOR DA ASSÍRIA”

Cia. de 2 da cidade de São José dos Campos –SP


O espetáculo tem a estética da composição da ambientação com um formato de areia no centro do palco com dois galhos secos que estruturam a configuração de um deserto. A chegada de um sobrevivente de um desastre de avião encontra um nativo que nada sabe além de sua visão do que viveu até então. Porém não deixa claro o fato da personagem ser nativo ou ser ele também vítima de um desastre e por conta do tempo adaptado e com isso “perdeu” seu conhecimento e se deixou iludir com a criação de outro ser. A personagem remete em sua acepção do tema e do conhecimento ao Mito da Caverna de Platão onde através desta metáfora é possível conhecer uma importante teoria platônica: como, através do conhecimento, é possível captar a existência do mundo sensível (conhecido através dos sentidos) e do mundo inteligível (conhecido somente através da razão). Outra analogia que se pode fazer é sobre o texto A Vida é Sonho, uma peça teatral do dramaturgo e poeta espanhol Pedro Calderón de la Barca onde existe uma personagem, Segismundo, no âmbito do conhecimento de si mesmo para ter a real noção de seu universo e a personagem do carcereiro, Clotaldo que serve como tutor assim como a personagem do Imperador age com a personagem do ser vivente naquele local. Outro aspecto do cenário é a sua adaptação com a necessidade da cena. Os atores brincam muito com o jogo das palavras e os níveis dos corpos realçando o nível de hierarquia da atuação cênica das personagens. A presença de dois atores não prendeu a criação e a execução do feminino e com um detalhe muito bacana que é não forçar a feminilidade. É viável e necessário as personagens femininas, mas não esquecendo as características do próprio ator, utilizar seus recursos de atuação e não esquecer de sua estrutura vital, ser um homem atuando como mulher sem forçar a barra. Em muitos momentos as construções corporais das personagens se assemelham a de um animal. O enredo leva ao público o místico e a dualidade da sensação da verdade ou mentira das ações. Brincadeiras entre as personagens mostrando a loucura já com o tempo sendo passado em dois anos desde o acidente, tempo esse que pode ser irreal e só mental. A estrutura do contexto introduz muitos aspectos religiosos como crucificação, o mover montanhas e a indagação do poder real de Deus. Uma das cenas mais marcantes foi à alusão aos macacos e a evolução do homem e com a introdução da brincadeira que tudo deverá voltar e o homem deverá se transformar novamente. Outras personagens são retratadas no espetáculo e tudo feito de maneira proposital com auxilio de máscaras introduzidas no enredo. Dentre elas a imagem da mãe do Imperador no qual é discutido seu assassinato ou não e que posteriormente é citado, mas com o foco da condução da peça a ação fica na dúvida da veracidade dos fatos. A crítica das regras e leis se aflora em alguns momentos da história como no tribunal e o massacrante questionamento dos envolvidos. O amor e desejo do filho pela mãe é algo muito analisado ao longo dos tempos como o Complexo de Édipo. A história vai se desenvolvendo com uma dinâmica atraente até sua metade, mas com cenas longas e com o objetivo já alcançado o prolongamento se torna cansativo para a plateia assim como diálogos com construções exauridas. O nu é muito discutido na atuação e só deve ser com o propósito legítimo do conteúdo da mensagem e no espetáculo para mim ficou claro a utilização correta desse artificio. A iluminação foi adequada e precisa no desenrolar e a preparação física e mental dos atores foi de encher os olhos com boa articulação das falas e noção exata do trabalho. A confiança do trabalho fez a atuação dos atores segura. A direção se evidencia no jogo das técnicas de utilização dos recursos explícitos em palco e da noção espacial dos atores e da consciência do trabalho a ser realizado. Tudo termina com alusão ao início e a difusão de uma nova história que faz o público pensar: São alucinações despojadas de sentido ou uma filosofia de demonstrar o real escondido no irreal?
Essas são observações e uma análise que nunca serão destrutivas, mas sempre com o intuito de poder ajudar.



Análise crítica do espetáculo "Números" - Grupo Os Geraldos

ESPETÁCULO “NÚMEROS”

Como toda ansiedade causa efeito de espera gigantesca, na apresentação do primeiro espetáculo do FESTA (Festival São-carlense de Teatro) realizado do dia 15 á 21 de julho, o espetáculo “Números” do Grupo Os Geraldos da cidade de Campinas-SP nos brinda com um início muito intimista com a presença das personagens indo ao encontro do público com carisma e quebrando a distância entre o palco, atuação e plateia. Como vendedores de iguarias eles acabam arrancando sorrisos e desmistificando a participação atuante da plateia no início do espetáculo. Como na tradição mambembe a diversidade dos trabalhos para ajudar na manutenção da sobrevivência no contexto do enredo é demostrada a construção dos atores que revelam isso na atuação inicial. Já no palco a estética da configuração da disposição do espaço de atuação foi resolvida de maneira impar com o formato de um picadeiro com cortinas dando um efeito circense. Tudo sendo conduzido por uma personagem que sem medo de ser e fazer o ridículo acrescenta a comicidade na construção da peça. O ridículo deve ser encarado não como menosprezo, mas sim como um fato importante para a dinâmica na linha da história. Acreditar e viver o ridículo. O ator se mostra confiante e completamente consciente do seu papel e de sua condução. Com aspectos muito próximos a uma personagem do Sitio do Pica Pau Amarelo escrito pelo autor Monteiro Lobato e tão difundido na televisão, essa personagem que muito se assemelha a personagem do Pesadelo, levanta o aspecto infantil e o pensamento arteiro. Com dentes no qual ao olhar nos traz asco, para ele é de uma beleza inocente e as falas com uma aceleração que muito não nos permite o entendimento ficam como um propósito intencional para tornar a personagem engraçada e carismática que de cara conquista o público. A sequencia das personagens e sua ações vão criando pequenas ligações com o público na medida em que seus trabalhos de uma maneira atrapalhada e cômica leva a cena elementos de estudo através de técnicas construídas na história da comicidade. Essas técnicas não são demostradas no espetáculo, mas fica claro a intenção de não usá-las para dar um caráter específico à atuação, mas se percebe um conhecimento delas na memória. Chamo a atenção para o início quando é apresentado uma personagem que ao entrar em cena com uma cadeira começa a construção de ações de um número tantas vezes já realizado pelos tempos pode dar uma beleza com movimentos suaves e de pura condução eficaz com a interação da construção do corpo da personagem que com movimentos repetitivos se torna uma ação característica da personagem. A plateia é levada a ter a consciência que o exagero da maquilagem das personagens, o figurino e as apresentações em cada número é ter a consciência de um enredo livre em eu sentido de condução, mas claro segundo um “norte”, e a indução da percepção da realização de alguns truques. O preparo físico e técnico dos atores revela o trabalho constante e profissional do grupo. A iluminação simples dá um efeito positivo e claro à peça. Gostaria de considerar que em alguns momentos a continuidade e insistência em algumas indicações na “brincadeira” para se tirar o sorriso do público poderia ser evitada com objetivo mais curto e direto e perceber esse paralelo com a perda do foco com o alcançado e o desnecessário. Sobre a direção é nítido notar a parte técnica do palco em sua ocupação e o incentivo aos atores pela busca da experimentação e descobrimento do seu propósito. Para terminar o Grupo Os Geraldos ministrou um workshop sobre a tradição cômica e os princípios da comicidade onde foi introduzida a consciência sobre a trajetória desse gênero e que é tão trabalhado até os dias de hoje e como muitas coisas que já foram feitos e que funcionam bem e que cada um consegue colocar seu “dedo” no trabalho e na execução. Uma tarde muito importante para começar a aguçar a curiosidade da busca pelo conhecimento dessa maneira tão lúdica e tão buscada pelo público. Enfim...o FESTA começou no que se diz respeito em suas apresentações com um trabalho muito cativante e de uma escolha pertinente. Essas são observações e uma análise que nunca serão destrutivas, mas sempre com o intuito de poder ajudar.

sábado, 13 de julho de 2013

POR DENTRO DA CAIXA - TERMOS E UTILIZAÇÕES/ PALCOS

POR DENTRO DA CAIXA




Palco é o local para a apresentação de artistas em peças de teatro, dança, grupos musicais e outros. Em nossos dias, os palcos são construídos com três tipos básicos: palco italiano, palco de semi-arena e palco de arena.

Palco italiano: onde os espectadores ficam apenas de frente. Geralmente situa-se mais distante da platéia;



Palco de semi-arena: constituído de uma plataforma que avança pela platéia, ficando esta disposta e
semicírculo ao seu redor. Ele aproxima mais os espectadores do ator;




Palco de arena: área triangular situada no fundo da platéia. O público senta-se em uma especie de poleiro a seu redor. Geralmente, os teatros de arena são muito pequenos, de modo que os atores e o público mantêm uma relação mais estreita;





Palco elizabetano: Tem a característica de um palco misto. É um espaço fechado, retangular, com uma grande ampliação de proscênio (em formato retangular ou circular). O público o circunda por três lados: Retangular, circular ou misto.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

PRÓLOGO "VALE CULTURA"



VALE CULTURA: UMA COMPROVAÇÃO DA INCOMPETÊNCIA

Um projeto que está sendo levado muito a sério e que está prestes a ser aprovado ou melhor sancionado é a iniciativa do governo de criar um vale cultura. Benefício mensal de R$ 50 para a aquisição de bens culturais por parte de trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos.
Agora, todas as empresas poderão oferecer a seus funcionários o vale, uma das principais bandeiras da gestão Marta Suplicy no Ministério da Cultura. Micro e pequenos empresários, não terão incentivo fiscal para entrar no programa, estão na contra mão das empresas de lucro real que terão mais generosidade do governo: eles poderão destinar ao Vale-Cultura até 1% do Imposto de Renda devido. A isenção fiscal (ou seja, o governo) financia R$ 45 do benefício, e os R$ 5 restantes ficam a cargo do trabalhador ou da empresa. Serão cerca de 42 milhões de beneficiários em potencial, segundo cálculos do MinC. De acordo com um estudo da Fundação Perseu Abramo, 91% dos municípios brasileiros não têm cinema, 79% não possuem teatros ou salas de espetáculo, 70% não contam com centros culturais e apenas 28% dispõem de ao menos uma livraria. O vale virá em cartão magnético, assim como são os cartões de vale-transporte e refeição. Todos os meses o cartão será abastecido com R$ 50, que pode ser acumulado mês a mês. Quando não consegue solucionar problemas o mais óbvio e a maneira mais imediata é criar um tapa buraco para amenizar e calar solicitações de um problema social e que as soluções são amplamente ineficientes.
Simples! Problema resolvido. Dar uma pequena “esmola” as pessoas para terem acesso á cultura. Genial! Não! Claro que não! É o fracasso da gestão em termos educativos e culturais. Há muito cobra-se incentivos a grupos e cias amadoras e profissionais, com mais facilidades e menos burocracia para a capitação de recursos.
Muitas empresas não querem associar sua imagem e marca a cias e grupos desconhecidos e só realizam a parceria com grandes companhias e grupos, com status consagrados e artistas famosos. Correto! Mas em termos. Precisa-se dar crédito e confiar no trabalho de muitos que podem não ter o reconhecimento da grande maioria por falta de mídia e apoio, mas precisam de atenção e assim ter os “olhos” voltados para seus trabalhos para que tenhamos um grande ganho para o fortalecimento da cultura em todo país. Sair do lugar comum. É preciso ter planos de geração de incentivos e fomentar grupos e cias com elementos mais favoráveis. Aliado a isso projetos que estimulam a criação de público. Não adianta querer gerar público se não tem produto para aquecê-los e não adianta fomentar a produção de trabalhos se não incentivar e facilitar a consciência cultural. As empresas comandadas por seus empresários e gestores precisam entender que o processo de “ajuda” dando suporte financeiro através de projetos de incentivos sejam eles fiscais ou não, contribuem para o fortalecimento para os todos os lados independentemente se o grupo ou cia for conhecido ou não. Não se deve ter esse preconceito. Que faça uma avaliação antes e presencie o trabalho com um monitoramento. Fato também que muitos não querem ou não podem, por medo de serem pegos na avaliação das finanças por terem caminhos tortos e assim podem parar na fiscalização do governo. Tem que se criar outras formas de incentivos, especificando as funções e determinar uma maior clareza e justiça para contemplar a todos. Deixar de lado falsas alusões e não condenar só porque não se é “conhecido”.
Criar mais cursos profissionalizantes, escolas, faculdades gratuitas ou com apoios privados, analisar o potencial e criar mecanismos eficazes, propor menos impostos, menos burocracia em concessão de locais para trabalhar, gerar intercâmbio, valorizar mais trabalhos locais mesclando com outros, valorizar e destinar verbas para criação dos grupos e cias com trabalhos acompanhados por pessoas profissionais, criar mais mostras amadoras e profissionais em conjunto para que assim se faça a troca de experiências e que se conheçam outras formas de trabalho, estilos, ideias e dinâmicas e escutar mais os envolvidos diretamente e os verdadeiros interessados para avaliar as necessidades. Tudo deve ser prestado contas e isso é indiscutível, mas deve-se proporcionar mais direção. Levar a arte para dentro das escolas, projetos sociais, ONGs, enfim, para todas as partes que possam proporcionar a formação de plateia e futuros trabalhadores e frequentadores das artes. Desses pequenos passos plantar sementes nas crianças e até nos adultos para que assim a cultura se torne uma rotina saudável para eles. Não é só levar a arte para os bairros, é levar o público para o teatro como espaço físico, fazê-los conhecer os pontos culturais da cidade, pois assim também se incentiva e isso é fundamental. A grande maioria não conhece esses espaços. A cultura não é para que cada um pegue, vai embora e retorne com valores a menos. A cultura deve ser absorvida. A postura do governo e do Ministério da Cultura é para dar uma resposta errada para a falta de competência de não saber coordenar uma cultura com um potencial enorme para ser ativa, mas que atualmente está amarrada aos valores interesseiros e demagógicos. Assim o vale cultura quando for usado vai apenas servir para ver Crepúsculo, X-Men, Tropa de Elite, comprar livros de culinária, de autoajuda e cds da banda Calypso, Hugo e Tiago, Rebeldes, entre outros produtos, desde que se encontre esses locais. Nada contra os nomes citados acima, pelo contrário, são formas de cultura, mas a cultura se resume só a isso? Quando você se sentir deslocado e não estiver alinhado com a “onda” cultural do país, é só pensar que dentro do seu bolso tem um cartão que instantaneamente preencherá a sua vida de conhecimentos, facilidades e soluções, e nós artistas trabalharemos em paz, sabedores que nossa bilheteria e nossos trabalhos serão avaliados e assistidos por diversos números magnéticos, caso eles encontrem o caminho da máquina. Uma salva de palmas para a modernização do pensamento ao aquecimento cultural do Brasil e suas mentes brilhantes!