segunda-feira, 29 de junho de 2015

PRÓLOGO "Questão de opinião ou de situação?"

Questão de opinião ou de situação?

Richard Astolfo - Ator/Diretor e Professor


Muitos sonhos e ilusões são afagados e atormentados com a realidade que temos no âmbito cultural da atualidade. Na quarta-feira, dia 24 de julho de 2015, na Oficina Cultural, muitos privilegiados e em busca de maiores experiências e troca de opiniões tiveram um enorme contato com o dramaturgo Lauro Cesar Muniz, grande dramaturgo brasileiro. A carreira das gravações televisivas não se compara com a preparação da personagem e do trabalho interpretativo da vida que está a ser mostrada para um público que busca identificação de seus anseios e realizações. Claro que na televisão se alcança números maiores de pessoas que acabam vendo a obra, mas o Ibope é o que determina o fracasso e o sucesso de uma maneira imediata. Você pode dizer que isso é natural, mas eu coloco: será que se deixar levar pelos momentos inconstantes de uma parte é o fundamental para se alterar o rumo de um trabalho conciso e de longa eficácia com preparo e conteúdos psicológicos, movimentos corporais, vocais e todo o processo de estudos internos e externos pela simples mania nacional de ser imediatista? Creio que não, em minha opinião. O teatro tem a alma do ator, pelo amor de estudar e criar realmente a personagem e emprestar o seu corpo interior e exterior e o seu vocal para dar a vida a ele. E desprovido da vaidade deixar ser e não querer ser. O atual mostra a preocupação mais com o dinheiro do que a realização. Depois de alguns espetáculos, filmes, telenovelas e minisséries, e em sua maioria de grandes sucessos, o dramaturgo Lauro César Muniz nos presenteou com suas colocações fortes e diagnósticos do momento atual da cultura no Brasil. Não me atrevo a dizer se está certo ou errado, mas apenas compactou com muitas explanações do autor e absorvo suas ideias e agregadas as minhas construo a minha posição que muito já se definiu acima e que virá mais a baixo. No “sofá” deixamos de estar vivendo a história, em muitos casos, na frente de um espetáculo ao vivo, a energia e a emoção do contato mais próximo pode não nos deixar cair na ociosidade, e assim impregnar no ator a alma da vocação da interpretação, tudo assessorado com um preparo bem feito e com a confiança de olhar no fundo dos olhos da plateia e contar, viver e sentir o enredo e suas tramas. O Sr. Lauro César Muniz vivenciou e foi um dos responsáveis pelo estopim da dramaturgia televisiva do país. Suas visões são importantes para se colocar a pensar nos artistas que querem realizar trabalhos de excelência cultural. Um registro pobre que podemos citar também é a poupa procura pelo interesse do tema e de outras áreas que nos proporciona a Oficina e isso remete aos falsos “intelectuais culturais” que se dizem conhecedores, frequentadores e pessoas que vivem efusivamente a arte, mas só nos tentam colocar suas ideias vazias, sem a busca de profundidade e do embasamento e demonstram na ânsia de suas mentiras colocadas e conversas fiadas a falta de aprendizado e de querer trocar ideias, experimentações e sensações para que assim possamos gerir e modificar a crise financeira que sempre existiu no meio da cultura, mas agora com a crise do existir na parte profunda do amor pela interpretação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário