quinta-feira, 1 de outubro de 2015

História do Teatro - Parte 8

FESTAS DIONISÍACAS

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-Na Grécia Antiga haviam três grandes festivais em homenagem a Dionísio: 

Dionísias Rurais: que se celebravam a meio do inverno destinada a solicitar os favores de Dionísio à fertilidade das terras; 

Festival de Lenaea/Lenéias: que decorria em janeiro, festa do vinho, com danças, representações líricas e dramáticas, devotado aos casamentos e o principal festival para o qual as peças gregas que chegaram aos nossos dias foram escritas; 

Grande Dionísia ou Dionísia Urbana: celebrada em Atenas; 

-O verdadeiro mentor das Grandes Dionisíacas foi Pisístrato, governante de Atenas, que no ano de 534 a.C., adaptou e enriqueceu um dos rituais a Dionísio que acabou se tornando exclusivo da cidade de Atenas; 

-Estas festas em nome de Dionísio, eram realizadas quando a vinha desponta (Março), tinham a duração de seis dias e visavam aplacar as forças da natureza; 

-As competições tornaram-se eventos periódicos; 

-Os preparativos da “Grande Dionísia” eram feitos com 10 meses de avanço;

-Foram estas festas que deram origem ao teatro, na altura entendido como uma manifestação cívica e religiosa - no século VI a.C, os coros e danças com que se homenageava o deus, evoluíram para verdadeiras representações teatrais que ocupavam os últimos 3 dias das celebrações;

-Em Atenas, os mais altos magistrados da cidade – o arconte epônimo e o arconte-rei – preparavam as representações. Arconte: título dos membros de uma assembléia de nobres da Atenas antiga;

-Os poetas que desejavam competir, tinham primeiro que submeter as suas obras à autoridade;

O Arconte-Rei: com funções religiosas, representando a monarquia.

O Arconte Epônimo: principal governante e juiz supremo. Os anos eram referidos pelo nome do arconte (Dizia-se que o evento ocorreu no ano em que tal pessoa era arconte epônimo).

O Polemarco: comandante supremo do exército, responsável pela segurança do estado.

Epônimo: é o nome de uma personalidade histórica ou lendária que dá, ou empresta, esse seu nome a alguma coisa, um lugar, época, tribo, dinastia, etc. Como herói epônimo designa-se o fundador, real ou mítico, de uma cidade, família, dinastia, etc.

-Escolhiam uma trilogia, por cada autor - para ser representada;

-A cada poeta era então atribuído um ator principal e um patrono, o Corego (Coregos), um homem abastado que tinha como dever cívico pagar a produção; 

-Os poetas participantes tinham de solicitar um coro; 

-O arconte escolhia o ator principal que tinha à sua ordem os atores de segundos e terceiros papéis; 

-Todos os papéis femininos eram protagonizados por homens; 

-Os atores eram pagos pelo Estado; 

-O Corego que financiasse uma dessas produções não pagava impostos nesse ano; 

-O autor compunha também a música para a sua peça e coreografava as danças. Também treinava o Coro; 

-As representações começavam de manhã, pouco antes do alvorecer e duravam até ao pôr do sol – num total diário de 4 ou 5 peças; 

-Nas Grandes Dionisíacas eram 4 dias seguidos de representações; 

-Primeiro dia da Dionísia era dedicado a uma esplendorosa procissão; 

-Cada autor de tragédias tinha que contribuir com três peças, ligadas ou separadas e também com uma peça de sátiros, sobre a qual se sabe muito pouco; 

-Parece que se tratava de um comentário jocoso ao tema principal das tragédias e ligava-se de certo modo às primitivas adorações a Dionísio; 

-No caso das comédias os autores limitavam-se a apresentar uma peça cada um; 

-Havia prêmios para as melhores comédias, para as melhores tragédias, para as melhores produções e mais tarde para o melhor ator trágico ; 

-Muitos poetas escreveram peças para a Grande Dionísia, mas só chegaram até nós algumas obras de três deles: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes; 

-Os atores das Tragédias usavam provavelmente muito pouca maquilagem; 

-Usavam máscaras com expressões faciais exageradas; 

-Calçavam igualmente umas botas de couro, com uns grandes saltos, apertadas nos joelhos por cordões, chamadas Coturnos; 

-Havia pouco ou nenhum cenário; 

-Todos os teatros gregos eram instalados ao ar livre;

-Era em um espaço semicircular que aproveitava o sopé de uma encosta; 

Sopé: parte inferior ou base de rocha, encosta ou montanha. 

-Os espectadores sentavam-se em bancadas dispostas em forma de degraus e assistiam às cenas representadas na parte inferior do referido espaço; 

-Na orquestra os atores, homens, eram, normalmente, três e usavam diferentes máscaras que variavam de acordo com o gênero das peças; 

-O coro cantava, dançava e dialogava com os atores durante a peça, era conduzido por um corifeu; 

-Ao fundo da orquestra elevava-se a cena, separando as duas existia um pórtico com colunas que constituía a decoração de um palácio ou templo; 

-Embora não pudessem ser atrizes, as mulheres podiam assistir às representações (Agrupavam-se nos lugares mais altos); 

-Apesar do caráter religioso da festa, o público manifestava-se ruidosamente: aplaudia, assobiava, batia os pés; 

-No final do concurso procedia-se à avaliação e à atribuição de prêmios: em cada categoria eram atribuídos 3 prêmios – ao poeta, ao corego e ao protagonista.


DITIRAMBOS


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-Canto coral de caráter apaixonado (alegre ou sombrio); 

-Também de caráter entusiástica e exuberante, dançada e representada por um Coro de 50 homens; 

-Uma parte era narrativa, recitada pelo cantor principal, ou corifeu, executada por personagens vestidos de faunos e sátiros, considerados companheiros do deus Dionísio; 

-À medida que o tempo ia passando, o Ditirambo foi evoluindo para a ficção, para o drama, para a forma teatral, como a conhecemos hoje. 




PRIMEIRAS ENCENAÇÕES

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TÉSPIS 


-Dramaturgo grego; 

-1 Ator Grego; 

-Introduziu a figura do ator principal; 

-O inventor da tragédia e o primeiro produtor teatral; 

-Viajou pela Grécia, sozinho ou com o seu coro, numa carroça que mais tarde ficaria conhecida como "carro de Téspis" e que lhe servia de meio de transporte e palco para as suas representações; 

-Teve a ousadia de pôr um ator a dialogar com o coro, sendo-lhe assim atribuída a "invenção" do teatro e do protagonista;

-Munido de máscara e vestindo uma túnica, interpretando o deus Dionísio e destacando-se do coro, sobre a sua carroça onde ao invés de dizer: 

“Dionísio fez...”

Ele disse:

“Eu fiz...”


-Criou o conceito de "monólogo“;

-Tal atitude era uma grande ousadia já que esse papel era reservado aos sacerdotes ou aos reis;

-Inovou também ao interpretar de uma só vez dois personagens distintos, usando para isso, duas máscaras, uma no rosto e outra na nuca.



TEATRO NA GRÉCIA ANTIGA





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TEATRO 

Théatron: “lugar onde se assiste a um espetáculo, o próprio espetáculo”. 


PRINCIPAIS TEMAS


Religião 

Mitologia



HERÓI


-Encarna o ideal supremo grego: O belo e o bem (Kaloskagatia);

-Aretê: Excelência (Virtude). Essência do homem. Deve ser testemunhada publicamente;

-Timê: Honra. Reconhecimento público do aretê;

-Tem ascendência humana e divina;

-Muitos tem mais que um pai e uma mãe;

-Nascimento cercado de perigos;

-Sagas: poemas épicos que imortalizam os traços;

-Sempre tem uma tarefa;

-Grande viagem;

-Centauro Quíron;

-Agon: espírito de competição;

-Daimon: intermediário entre deus e homem;

-Imortalidade (memória).



TRAGÉDIA GREGA



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-Forma de drama que se caracteriza pela sua seriedade e dignidade; 


DRAMA: Pode significar: "forma narrativa em que se figura ou imita a ação direta dos indivíduos", "texto em verso ou prosa, escrito para ser encenado" ou mesmo a "encenação desse texto”; 

-Envolvem um conflito entre uma personagem e algum poder de instância maior, como a lei, os deuses, o destino ou a sociedade; 

-Suas origens são obscuras, mas podem ser rastreadas mais especificamente nos ditirambos;




ARISTÓTELES

(384 a.C. - 322 a.C)





-Filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande; 

-Seus escritos abrangem diversos assuntos: física, metafísica, leis da poesia e do drama, música, a lógica, etc.; 

-Fundou um Liceu (Escola); 

-Escreveu a “Arte Poética” (Conjunto de anotações das aulas sobre o tema da poesia e da arte em sua época ); 

-A obra divide-se em duas partes: 

PRIMEIRA: apresenta o conceito de poesia como imitação de ações; 

SEGUNDA: a mais extensa, estuda a tragédia, uma das espécies ou gêneros da poesia dramática, e faz comparação com a poesia lírica e a narrativa chamada epopéia.

POESIA LÍRICA: forma de poesia que surgiu na Grécia Antiga, e originalmente, era feita para ser cantada ou acompanhada de flauta e lira; 

EPOPÉIA: o autor apresenta de forma objetiva fatos lendários ou fictícios acontecidos num tempo e espaços determinados. Usa como forma de expressão: a narração, a descrição e o diálogo; 

-A Arte Poética passa a determinar estilos que deveriam ser seguidos; 

COMO: Leis obrigatórias de composição para a arte em seu tempo, como as unidades de tempo, ação e lugar. 

-A tragédia como imitação de uma ação completa e elevada; 

-Linguagem tem que ter ritmo, harmonia e canto; 

-Suas partes se constituem de passagens em versos recitados e cantados, e nela atuam os personagens diretamente, não havendo relato indireto; 

Três condições: 


-Possuir personagens de elevada condição (Heróis, reis e deuses); 

-Ser contada em linguagem elevada e digna e ter um final triste; 

-Ter a destruição ou loucura de um ou vários personagens sacrificados por seu orgulho ao tentar se rebelar contra as forças do destino.


Aborda também 

Mimesis ou mimese (Imitação ou representação); 

-Via na mimesis a representação da natureza; 

-O drama como sendo a “imitação de uma ação”, que na tragédia teria o efeito catártico; 

-Rejeita o mundo das idéias e valoriza a arte como representação do mundo; 

Diegese (Tem o conceito de narratologia, de estudos literários, dramatúrgicos e de cinema que diz respeito à dimensão ficcional de uma narrativa); 

-É a realidade própria da narrativa ("mundo ficcional", "vida fictícia"), à parte da realidade externa de quem lê (O chamado "mundo real" ou "vida real"); 

-Não é a representação do real através da arte, mas a encenação, os atores que descrevem eventos e atuam; 

-O autor leva o espectador ou leitor diretamente a expressar livremente sua criatividade, fantasias e sonhos; 

-Pode ser entendida, ainda, como “contar”, o autor narrando a ação diretamente e descrevendo o que está na mente dos personagens, suas emoções, enquanto a mimesis é vista como “mostrar” o que está acontecendo com as personagens através de seus pensamentos e suas ações;

Ethos (Espécie de síntese dos costumes de um povo); 

-Significa valores, ética, hábitos e harmonia; 

-É o "conjunto de hábitos e ações que visam o bem comum de determinada comunidade“; 

Catarse ("purificação", "evacuação" ou "purgação“); 

-Para Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama;


Segundo a poética realizada por Aristóteles, as tragédias se dividem em 3 partes: 


-Unidade de tempo (Aristóteles propôs que a ação de uma peça deveria desenvolver-se em um curto espaço de tempo, cobrindo não mais que 24 horas); 

-Unidade de espaço (As peças deveriam se realizar em apenas um único cenário); 

-Unidade de ação (A peça deveria conter uma trama central ou tema e um claro início, meio e fim). 


Para Aristóteles: 


-Os personagens podem se referir a eventos fora do espaço de tempo da peça apenas para estabelecer o tom e o contexto da encenação, mas a ação real da peça teria que situar dentro do tempo da peça em si; 

-Acreditava que mover-se de um local para outro poderia causar confusão para a audiência e distração da trama; 

-Todas as cenas dentro da peça deveriam anunciar a trama; 

-Usar a intervenção divina para desprender os personagens de suas circunstâncias. Isso era feito através da aparição de um deus, ao final da peça, para esclarecer os problemas criados pelas ações dos personagens ou resolver a situação.

E ainda possuem as seguintes características:


-Exposição: apresentação dos personagens e da história;

-Conflito: oposição e/ou luta entre diferentes forças;

-Peripécia: reviravolta;

-Revelação;

-Catástrofe: conclusão, acontecimento principal decisivo e culminante;


Prólogo 


-A parte anterior à entrada do coro; 

-Na qual se enuncia o tema da peça; 


Párodo 


-Entrada do coro; 


Episódio 


-Cenas no palco entre os cantos corais, com os atos que constituíam a intriga; 

-Que constituem o desenrolar da peça; 


Estásimos 


-Trechos líricos executados pelo coro; 

-Cantos corais, que permitem a separação da ação em vários "episódios" dialogados, a que mais tarde foi chamado de"atos“; 


Kommós 


-Diálogos líricos entre o coro e uma personagem, geralmente uma lamentação; 


Êxodo 


-Canto executado durante a saída dos coreutas; 


Coro 


-Grupo de dançarinos e cantores usando máscaras que participavam ativamente nas festividades religiosas e nas representações teatrais; 

-Cinqüenta pessoas; 

-É uma personagem coletiva que tem a missão de cantar partes significativas do drama;

-De início, o texto do coro constituía a parte principal do drama, ao qual se interpolavam monólogos e diálogos;

Outras funções no drama 

-É uma personagem da peça; fornece conselhos, exprime opiniões, coloca questões, e por vezes toma parte ativa na ação;

-Criticar valores de ordem social e moral e, por outro lado, tinha ainda o papel de espectador ideal ou voz da opinião pública, reagindo aos acontecimentos e ao comportamento das personagens como o dramaturgo julgava que a audiência reagiria se estivesse no seu lugar; 

-Quebras de ação por forma a levar o público a refletir sobre o que se está a passar;

-Pronunciar também a conclusão da peça;

-Com o desenvolvimento da tragédia, o coro fixou-se como uma parte secundária do texto dramático, geralmente reservada ao comentário público;

-O coro torna-se depois uma parte que apenas serve para fazer uma pausa entre os atos;

-Com o desenvolvimento do drama, o coro perde a sua configuração e importância original, abandonando a representação de uma personagem coletiva;

-A parte coral pode então ser executada por um só cantor;

-Pelo seu caráter repetitivo, o coro aproxima-se da função do refrão;

-Com o tempo o coro sumiu das apresentações;


Corifeu 

-Era o chefe do coro;

-Se comunicava com os atores e com a platéia;



MÉTRON 


Equilíbrio, Harmonia e Simetria



“MITO DE PROCRUSTO” 



-Bandido; 

-Tinha camas de ferro em sua casa; 

-Convidava todos os viajantes a se deitarem; 

-Demasiados altos, ele amputava o excesso de comprimento para ajustá-los à cama, e os que tinham pequena estatura eram esticados até atingirem o comprimento suficiente; 

-A vítima nunca se ajustava, pois ele tinha duas camas de tamanhos diferentes; 

-Teseu o capturou em sua própria cama e cortou-lhe a cabeça e os pés, aplicando-lhe o mesmo suplício que infligia aos seus hóspedes.



SÓFOCLES

(496 a.C. - 406 a. C. )




-Dramaturgo grego;

-Importante escritor de tragédia;

-Suas peças retratam personagens nobres e da realeza;

-Escreveu 123 peças;

-Sete sobreviveram em uma forma completa;

-O mais celebrado dos dramaturgos nos concursos dramáticos ;

-Competiu em cerca de 30 concursos, venceu 24;

-Também foi ator.



Principais obras


Édipo Rei;

Ájax;

Antígona;

As Traquínias;

Electra;

Filoctetes;

Édipo em Colono.



ÉSQUILO 

(524 a.C. - 455 a.C.) 

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-Dramaturgo grego; 

-Pai da tragédia; 

-Sete de um total estimado de 70 a 90 peças sobreviveram; 

-Venceu por treze vezes o torneio; 

-Tendência de escrever trilogias interligadas, onde cada peça serve como um capítulo de uma narrativa dramática contínua.


Principais obras 


Os Persas 

-Experiências do próprio Ésquilo no exército; 


Sete contra Tebas 

-Destino e a interferência dos deuses nos assuntos humanos; 

-Primeira aparição numa obra de Ésquilo de um tema que seria constante em suas peças, o da pólis (modelo de cidade grega) como desenvolvimento vital da civilização humana; 


As Suplicantes 


-Presta uma homenagem às correntes democráticas que se afiguravam em Atenas antes da fundação do governo democrático, em 461 a.C.



EURÍPEDES

(480 a.C. — 406 a.C.) 

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-Foi um poeta trágico grego; 

-Escreveu 92 peças; 

-Restaram 18 peças; 

-Ressaltou em suas obras as agitações da alma humana e em especial a feminina; 

-As suas peças não são acerca dos deuses ou a realeza, mas sobre pessoas reais. Colocou em cena camponeses ao lado de príncipes e deu igual peso aos seus sentimentos; 

-Mostrou-nos a realidade da guerra, criticou a religião, falou dos excluídos da sociedade: as mulheres, os escravos e os velhos;

-Criou “Deus ex machinaque”, "Deus surgido da máquina“, o que servia muitas vezes para fazer o final da peça;

-Um deus sendo, metaforicamente, baixado por um guindaste até o local da encenação. Esse deus então amarrava todas as pontas soltas da história;

Principais obras: 


As Bacantes

-Baseada na história mitológica do rei Penteu, de Tebas, e de sua mãe, Agave, e da punição dos dois pelo deus Dionísio, por sua recusa em venerá-lo e pelo injusto descrédito em que pairava o nome de sua mãe, Sêmele;


Medeia 

-Retrato psicológico de uma mulher carregada de amor e ódio a um só tempo; esposa repudiada e estrangeira perseguida; tomada de fúria terrível, mata os filhos que teve com o marido, para vingar-se dele. 



COMÉDIA




-A arte era representada, essencialmente, por duas máscaras: a máscara da tragédia e a máscara da comédia;

-A primeira definição deste gênero teatral é a de Aristóteles que, na sua Arte Poética a define como "imitação de homens inferiores; 

Tragédia: homens superiores (Heróis);

Comédia: homens inferiores (Pessoas comuns);

-Na divisão dos júris que analisavam os espetáculos durante os antigos festivais: 

Ser escolhido como jurado de tragédia era a comprovação de nobreza e de representatividade na sociedade;

O júri da comédia era formado por cinco pessoas sorteadas da platéia;

-A importância da comédia era a possibilidade democrática de sátira a todo tipo de ideia; 

-A comédia utiliza recursos que provocam o riso no espectador, recorrendo ao imprevisto, ao ridículo, à surpresa, à desordem, etc.; 

-Aristóteles salienta ainda a dificuldade em precisar as características da comédia devido às suas mutações constantes; 

-No entanto, na comédia existe a presença do coro, das máscaras e da música, tal como na tragédia;


A evolução da comédia na Grécia se deu em três fases:


-Comédia Antiga: misturas de assuntos políticos e sociais. Era estruturada em quatro partes: Prólogo, Párodo (Irrompimento festivo do coro, trajando máscaras e roupagens de vários tipos), Episódios (Cenas dialogadas entre dois atores, permeadas por intervenções do coro) e Êxodo (Desenlace). Destaca-se, nesta fase, o dramaturgo Aristófanes;

-Comédia Mediana: de assunto mitológico ou puramente literário, no início e, mais adiante, social. Caracteriza-se pela ausência de coro. Destacam-se como autores: Antífanes e Alex;

-Comédia Nova: de assunto social, porém girando em torno das paixões, sobretudo o amor e dos costumes. Representam-na: Filemon, Apolodoro de Carystos e Menandro (O mais importante e um dos mestres da comédia que se desenvolveu em Roma após o declínio na Grécia).




COMÉDIA ANTIGA








ARISTÓFANES 

( 447 a.C. — ca. 385 a.C.) 


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-Dramaturgo grego; 

-Foi criado provavelmente no meio rural; 

-Consta que se tornou careca por volta dos vinte anos e que exerceu um cargo público; 

-Teve dois filhos que seguiram carreira no teatro cômico, Araros e Filipos; 

-Escreveu em torno de quarenta peças, das quais apenas onze são conhecidas; 

-Obteve nos concursos pelo menos seis primeiros prêmios e quatro segundos prêmios; 

-Conservador, revela hostilidade às inovações sociais e políticas e aos deuses e homens responsáveis por elas;


Algumas obras: 


Os Acarnenses, Os Cavaleiros, As Vespas, A Paz e Lisístrata (Tratam da vida política); 

-Lisístrata, as mulheres fazem greve de sexo para forçar atenienses e espartanos a estabelecerem a paz; 

-As vespas, discute a importância da verdade e seus benefícios, revelando sua preocupação com a ética; 


As nuvens, As tesmofóriantes e As rãs (Criticam a vida intelectual); 

-As nuvens, compara Sócrates aos sofistas mestres da retórica, e acusa o filósofo grego de exercer uma influência nefasta sobre a sociedade; 


As aves, As mulheres na Assembleia e Pluto (São alegorias, ou comédias de fuga).



Características da obra


-Linguagem viva e pitoresca dos diálogos, também estão presentes trechos de grande beleza poética, notadamente nas odes corais;

-Comenta em diálogos mordazes e inteligentes todos os temas importantes da época;

-Situações ridículas, cenas fantásticas, personagens alegóricos, caricaturas de personagens humanos reais e de deuses, ironias, jogo de palavras, trocadilhos, mal-entendidos, exageros, substituição de palavras esperadas por outras inesperadas, palavras compridas, paródias (De autores trágicos, principalmente),provérbios, etc.;

-Aristófanes recorria também com frequência à licenciosidade e à obscenidade, o que sem dúvida pode chocar os desavisados leitores modernos;

-Seus heróis defendem o passado de Atenas, os valores democráticos tradicionais, as virtudes cívicas e a solidariedade social;

-Os métodos de educação, as discussões filosóficas, o papel da mulher na sociedade, o surgimento da classe média, etc.;

-Violentamente satírico o dramaturgo grego, critica fervorosamente a pomposidade, as inúmeras imposturas, os muitos desmandos e a grande corrupção na sociedade em que viveu;

-As críticas de Aristófanes atingiam a tudo e a todos. Chefes políticos, a Assembleia, os tribunais e os juízes, os militares, os poetas trágicos, os poetas cômicos, os filósofos, o povo em geral, os velhos, os jovens, as mulheres, etc., ninguém escapou de sua verve (Vigor de expressão; vivacidade no escrever e no falar); 

-O poeta defendia sempre os valores antigos, a vida rural e, em especial, a paz.


COMÉDIA MEDIANA





ANTÍFANES 

(408 a.C. - 334 a.C.) 





-Restam-nos cerca de 130 títulos e vários fragmentos de sua obra; 

-Algumas de suas comédias recorreram a argumentos mitológicos, outras satirizavam personalidades nacionais e internacionais, e outras ainda recorriam a situações e intrigas da vida privada.




COMÉDIA NOVA







MENANDRO 

(342 a.C. — 291 a.C.) 

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-Filósofo, dramaturgo e poeta cômico grego; 

-Nasceu em Atenas, numa família abastada, recebeu educação bem cuidada; 

-Escreveu 108 ou 109 comédias; 

-Oito ganharam prêmios; 

-Ele costumava perder para Philemon, que era muito inferior como escritor, mas que usava de suborno, influência e suporte político para vencê-lo; 

-As condições políticas vigentes em Atenas na época de Menandro não mais permitiam a sátira às instituições e homens públicos, característica da comédia antiga;

-Assim, os temas principais da comédia de Menandro são viagens, disputas familiares e amores clandestinos; 

-Os personagens são inspirados em pessoas comuns: cozinheiros, escravos, médicos, filósofos, adivinhos e militares; 

-Menandro desfrutava de grande valor e até o século V d.C. era lido e comentado em todo o mundo antigo; 

-O misantropo: foi uma das oito peças premiadas, cujo texto completo, está preservado num papiro (Papel) egípcio, foi achado e publicado em 1958. 



MAIS INFORMAÇÕES - TRAGÉDIA E COMÉDIA 



-Quando apareceu a tragédia as necessidades mudaram; 

-Local para representarem os episódios e mudarem de roupa (Transformação das personagens); 

-A princípio foram usados os templos, mas depois um outro local tomou forma: arquibancada de pedra na encosta da montanha, em torno um pouco mais da metade da arena central e do lado oposto foi erguido um conjunto, uma parede que dava para o palco era construída para aparecer a frente de uma palácio (Skene - ou cena), correspondente o que chamamos hoje (Cenário); três portas permitiam que os atores entrassem e saíssem da casa para o palco (Proskenion – o proscênio); uma rampa à esquerda, que dava acesso direto ao palco, chegavam ou partiam os que vinham do centro da cidade; o telhado da skene (Cena) era chamado de theologeion, o lugar dos deuses, onde eles ficavam e apareciam na peça. Atrás da cena ficavam os camarins, as escadas, etc.; 

-Durante todo o tempo que o teatro em Atenas esteve no auge, o coro continuou a existir, mas só os atores pisavam no palco; 

-O coro ficava só na arena redonda central; 

-Em um teatro para milhares de pessoas, quem ficava na última fila da arquibancada via os atores muito pequenos, e as tragédias geralmente tratavam de heróis, pessoas importantes, etc.; aos poucos foram criados novos recursos; 

-Botas (Coturnos – solas grossas que aumentavam em 15 ou 20 centímetros); máscaras que combinavam com o tamanho da imagem assim criadas e algum enfeite no alto; 

-Tudo isso para dar maior dimensão e peso ao ator trágico; 

-As personagens da comédia que deviam fazer rir, falando de acontecimentos que podiam acontecer com qualquer pessoa, ou política, comunidade, etc.; criticando, ridicularizando, etc.; os atores usavam sandálias sem salto e máscaras pequenas que mais pareciam caricaturas; 

-A comédia tinha cinco atores, dois a mais que a tragédia.



TRAGÉDIA ROMANA



-A Tragédia Romana em sua maioria refletiu os ideais propostos pela Tragédia Grega: mesma estrutura, mesma organização e, inclusive, mesmo assunto. Somente Lucius Annaeus Sêneca fugiu a essa regra;

-Durante o período imperial, surgiram as tragédias para pequenos recintos privados ou para declamação sem encenação;

-São desse tipo as obras de Sêneca, filósofo estóico e principal conselheiro de Nero, as quais exerceram enorme influência durante o Renascimento, sobretudo na Inglaterra. Influenciou, entre outros, Shakespeare.


Primeiros grandes poetas trágicos romanos:

* Lívio Andronico;
* Névio;
* Pacúvio;
* Ênio;
* Ácio.



Estoicismo


-O estoicismo ensina o desenvolvimento do autocontrole e da firmeza como um meio de superar emoções destrutivas;

-Defende que tornar-se um pensador claro e imparcial permite compreender a razão universal. "A virtude consiste em um desejo que está de acordo com a natureza“;

-Este princípio também se aplica ao contexto das relações interpessoais; "libertar-se da raiva, da inveja e do ciúme" e aceitar até mesmo os escravos como "iguais aos outros homens, porque todos os homens são igualmente produtos da natureza”; 

-Fiel aos seus princípios;

-Algo ou alguém que demonstra resignação (Ação de aceitar pacificamente as dores ou sofrimentos da vida) diante de alguma situação trágica ou à frente de um grande sofrimento;

-Diz-se de um indivíduo firme, senhor de si mesmo; inabalável, impassível (Qualidade da pessoa que é insensível ao sofrimento alheio; frieza ou insensibilidade), austero. 

“Virtude é suficiente para a felicidade"




SÊNECA

(4 a.C. — d.C.65 )



-Inovou por ter deixado com que a profunda reflexão e os horrores físicos substituíssem a poesia e a tragicidade gregas;

-Justamente devido a isso não produziu tragédias totalmente iguais àquelas realizadas pelos gregos;

-Construiu um tipo de tragédia que se consolidou também como cruel, isso devido também ao seu espírito romano de guerreiro e ímpeto;

-Não possuía o escrúpulo que os gregos tinham;

-Mostrava a violência real ao público como: vomito, morte, entre outros;

-A grande influência que herdou dos gregos foi a linguagem erudita e metafórica;

-Importante ressaltar que suas peças possuíam um alto teor de reflexão filosófica;

-Devido a isso sua atuação dramática influenciou sobremaneira Shakespeare (Teatro Renascentista), no aspecto filosófico, e Antonin Artaud (1896 – 1948 - poeta, ator, escritor, dramaturgo, roteirista e diretor de teatro francês Teatro da Crueldade - Teatro do séc. XX), no aspecto da crueldade. 


Suas Peças:

• “Medéia” (Imitou a Tragédia Grega); 


• “Tiestes”; 


• “Édipo”; 


• “Agamênon”; 


• “Hércules Furioso”; 

Entre outras




COMÉDIA ROMANA






-A verdadeira comédia latina surgiu apenas no final do século II a.C; 

-As representações teatrais eram parte do entretenimento gratuito oferecido nos festivais públicos; 

-Desde o início, no entanto, o teatro romano dependeu do gosto popular, de uma forma que nunca havia ocorrido na Grécia. Caso uma peça não agradasse ao público, o promotor do festival era obrigado a devolver parte do subsídio que recebera; 

-Por isso, mesmo durante a república, havia certa ansiedade em oferecer à plateia algo que a agradasse, o que logo se comprovou ser o sensacional, o espetacular e o grosseiro; 

-Os imperadores romanos fizeram um uso cínico desse fato, provendo "pão e circo", segundo a famosa frase do satirista Juvenal (Romano), para que o povo se distraísse de suas miseráveis condições de vida;

-O grandioso Coliseu e outros anfiteatros espalhados por todo o império atestam o poder e a grandeza de Roma, mas não sua energia artística; 

-Não há razões para crer que tais construções se destinavam a outra coisa que não espetáculos banais e degradantes; 

-As arenas foram então totalmente ocupadas por gladiadores em combates mortais, feras espicaçadas até se fazerem em pedaços, cristãos cobertos de piche e usados como tochas humanas; 

-Não é de se admirar que tanto os escritores como o público de outra índole passassem a considerar o teatro como manifestação indigna e aviltante (Desonra); 

-O primeiro autor de comédias foi Lívio Andronico, de Tarento, seguido mais tarde por Plauto e Terêncio; 

-Nas peças de ambos, Plauto e Terêncio, os problemas são sempre os mesmos: domésticos, eróticos e dinheiro;

-Os “tipos cômicos” (O fanfarrão; o avarento; o criado astuto; o filho de família devasso; o oportunista – parasita; etc.; 


A Comédia Romana dividiu-se em três segmentos: 

Atelanas: representada por peças populares, burlescas (Caricatas, zombeteiras) e demasiadamente grosseiras. Sobressaíram como autores: Pompônio e Nóvio; 

Paliata: assim chamada pela vestimenta usada pelos autores. Semelhante à dos gregos: seguia o modelo da comédia nova; 

Togata: caracterizada pelo uso da toga, uma vestimenta romana. Tem por assunto algum acontecimento romano. Não nos chegou nenhuma Peça Togata completa. 


PLAUTO

(254 a.C.-184 a.C.)





-Dramaturgo romano; 

-Considerado o maior comediógrafo da Roma antiga; 

-Nasce em Sarsina (Itália), e vai para Roma ainda jovem; 

-Por muito tempo é conhecido apenas como Plautus, que quer dizer "pés chatos", porém mais tarde se autodenomina Maccus ("palhaço") Titus; 

-Foi soldado, ator, comerciante fracassado e moleiro (Dono de moinho), itinerante antes de se tornar dramaturgo, aos 45 anos; 

-Estima-se que tenha escrito 130 peças;

-Seus enredos, personagens e ambientação são copiados de autores da nova comédia grega, como Menandro, Filemon e Diphilus;

-Adiciona numerosas alusões romanas e introduz elementos de canto e dança; 

-Com métrica elaborada e linguagem coloquial, sua obra reproduz com fidelidade a vida dos romanos da época; 

-Os enredos farsescos são em geral baseados em casos de amor ou confusões decorrentes de trocas de identidade, mas apresentam grande originalidade no tratamento dos temas; 

-Suas comédias inspiram dramaturgos pós-renascentistas: Molière toma “O Vaso de Ouro” como modelo para “O Avarento” e Shakespeare baseia-se em “Os Gêmeos” e “Anfitriões” para escrever “A Comédia de Erros”; 

-Morre provavelmente em Roma; 

-Dele chegaram até nós 20 comédias; 

Entre elas: 


“O Vaso de Ouro”; 

“Os Gêmeos”; 

“Anfitriões”; “Aulularia”.



TERÊNCIO

(185 a.C.- 159 a.C.) 






-Dramaturgo e poeta romano; 

-Chegou a ser escravo de senador (Que lhe educou) e depois libertado; 

-Autor de pelo menos seis comédias que resistiram à ação do tempo chegando aos dias de hoje. 

São elas: 



“Andria” (A moça de Andros); 

“Hecyra” (A Sogra); 

“Heaautontimorumenos” (O Punidor de Si Mesmo); 

“Eunuchus” (O Eunuco); 

“Phormio” (Formião); 

“Adelphoe” (Os Dois Irmãos). 


-Seus personagens pertencem em sua maioria as classes sociais mais altas. Suas obras são escritas em verso e seu estilo é "puro".






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