segunda-feira, 10 de junho de 2013

Análise crítica do espetáculo “Tlon - O Grande Trote”

Análise crítica do espetáculo “Tlon - O Grande Trote” – Apresentação no Mapa Cultural de São Carlos de 2013

A proposta apresentada pelo grupo de se utilizar dois ambientes pode a princípio despertar uma curiosidade, mas com o passar da intenção se mostra ineficaz. A construção estética do cenário, podemos considerar muito bem planejado, mas com o sua utilidade nula. A posição do início das cadeiras e da mesa, colocados ao fundo do palco fez com que a cena perdesse o sentido pela profundidade dos atores e das emoções passadas para o público. Os diálogos nessa parte quase não foram ouvidos. Claro que os atores demostraram nervosismo e ansiedade de uma certa forma muito exacerbada, mas a construção poderia ter sido diferente. Teve um momento que a cena ficou em uma pausa muito longa e despertou a dúvida do “erro” em cena. A presença de palco se mostrou pouco ensaiada. Ao irem para frente do proscênio os atores ficaram perdidos com as falas e com a dinâmica de se ter uma plateia bem próxima. A utilização da bicicleta com um suporte para transportar os atores foi de caráter criativo, porém não funcionou por conta da não “colocação” da voz, dos diálogos perdidos e da iluminação que falhou em muitos momentos ao deixar os atores com suas faces despercebidas pelo público, e a atuação ficou no escuro. A construção das personagens não foi clara em nenhum aspecto. Outro ponto a se tratar é a falta do texto mais qualitativo, fato que se usou de muitos palavrões jogados durante a encenação. Ao transpor a encenação para outro lugar de característica mais aberta, houve uma não preocupação com os sons exteriores e isso aliado ao som da música ao vivo, tornou quase que impossível o entendimento das palavras ditas pelos atores. Cenas aconteciam ao mesmo tempo e isso tirou o foco. As pessoas não sabiam para onde olhar e para qual dar atenção. Os olhares do público ficaram perdidos. Faltou um pouco de preparo de encenação e uma direção mais concisa. A ideia de tirar o “conforto” da plateia pode funcionar desde que seja através de um texto mais elaborado, de partes técnicas mais ensaiadas e com as situações corretas. Os três atores ao saírem do recinto, demostraram um requisito muito bacana, que foi a manutenção da situação vivida por todos em que se manteve a vivência até um ator entrar em um ônibus escolar, fato esse que me pareceu extremamente mal utilizado e sem propósito. Coisas boas podem ser tiradas da apresentação, mas o cuidado e uma maior preparação podem ser mais bem aceitos pela galera. 
Essas são observações e uma análise que nunca serão destrutivas, mas sempre com o intuito de poder ajudar.

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