quinta-feira, 29 de maio de 2014

WILLIAM SHAKESPEARE - OUTROS DEFENSORES DA AUTENTICIDADE DE SHAKESPEARE


WILLIAM SHAKESPEARE


OUTROS DEFENSORES DA AUTENTICIDADE DE SHAKESPEARE


Ainda hoje há estudiosos que defendem a autenticidade das obras de Shakespeare, como Harold Bloom (1930), um importante professor e crítico literário estadunidense. Shakespeariano, um dos grandes defensores da chamada "bardolatria"; escreveu A invenção do humano (BLOOM, 2000) e O cânone ocidental (BLOOM, 2010). Este último coloca Shakespeare como o centro do cânone ocidental, investigando, inclusive, a literatura do Ocidente a partir dele. Quanto ao primeiro, Bloom sugere que Shakespeare nos teria reinventado, que a ele devemos as nossas ideias sobre o que constitui o humano autêntico, dada a originalidade com que constrói suas personagens.

Em trecho ele diz:


                                "Antes de Shakespeare, os personagens literários são, relativamente, imutáveis. Homens e mulheres são representados, envelhecendo e morrendo, mas não se desenvolvem a partir de alterações interiores, e sim em decorrência de seu relacionamento com os deuses. Em Shakespeare, os personagens não se revelam, mas se desenvolvem, e o fazem porque têm a capacidade de se auto-recriarem. Às vezes, isso ocorre porque, involuntariamente, escutam a própria voz, falando consigo mesmos ou com terceiros. Para tais personagens, escutar a si mesmos constitui o nobre caminho da individualização, e nenhum outro autor, antes ou depois (...), realizou tão bem o verdadeiro milagre de criar vozes, a um só tempo, tão distintas e tão internamente coerentes, para seus personagens principais, que somam mais de cem, e para centenas de personagens secundários, extremamente individualizados." (BLOOM, 2000, p. 19)

O trecho claramente sugere que as personagens de Shakespeare, ao contrário das personagens que aparecem antes dele, desenvolvem-se interiormente, a partir da escuta da própria voz interior. As personagens evidenciam a capacidade de transformação, pois elas se recriam: "As peças permanecem no limite exterior da realização humana: esteticamente, cognitivamente, em certos aspectos moral e até espiritualmente. Eles permanecer para além do fim do alcance da mente, não podemos alcançá-los. Shakespeare vai continuar explicando-nos, em parte, porque ele nos inventava ...(BLOOM, 2000, p. 23)

Em A Invenção do Humano, ele faz uma espécie de cânone dos personagens shakespearianos. O livro é sobre seres que nunca existiram, mas ainda assim têm vida eterna: os tipos criados por William Shakespeare. Em tese, ele se compõe de pequenos ensaios sobre as principais peças do autor. Para Bloom, o que faz a diferença em Shakespeare é que ele, dono de um intelecto superior, criou personagens igualmente inteligentíssimos. Bloom considera tais personagens "intelectualmente superiores". (Bloom, 2000, p. 898)

Há também uma ensaísta brasileira defendendo a autenticidade shakespeariana: Heliodora Carneiro de Mendonça, crítica, ensaísta, professora aposentada da Universidade Federal do Rio Janeiro e tradutora. É reconhecida a maior autoridade do Brasil em relação a Shakespeare. Heliodora tenta desmistificar Shakespeare como algo difícil. Considera-o um dos grandes gênios de todos os tempos. No livro Por que ler Shakespeare ela apresenta dados de Shakespeare e resumos de suas obras de uma maneira fácil de entender. Em outro livro Falando de Shakespeare, ela o apresenta para os iniciantes, desmistificando o autor como difícil de ser lido.

James Shapiro é professor de Inglês e Literatura. É especialista em Shakespeare. Shapiro atuou no corpo docente da Universidade de Columbia desde 1985 com o ensino sobre Shakespeare e outros temas, e tem publicado extensamente sobre Shakespeare e a cultura elisabetana.

No seu livro Contested Will: who wrote Shakespeare? (em português, “Testamento contestado: quem escreveu Shakespeare?”), a posição de Shapiro é de que todas essas teorias se equivocam ao levantar questões relacionadas a costumes mais modernos do modo de encarar a literatura. Segundo ele, na época em que Shakespeare viveu, não havia o interesse em saber quem escrevia as obras e de relacionar o seu conteúdo com a vida do autor. Esse costume teria surgido apenas com o Romantismo, a partir do século XIX, na Europa, mais de 200 anos após a morte do autor.

Por isso, tanto a questão da divulgação do nome do autor, quanto a possibilidade de alguém ou um grupo de pessoas se esconder atrás de um pseudônimo parece fora de contexto para Shapiro.

No livro 1599 - Um Ano Na Vida de William Shakespeare a proposta do autor é pegar um ano na vida de William Shakespeare, o ano mágico em que ele escreveu “Henrique V”, “Júlio César” e “Hamlet”, e ver todos os fatos que ocorreram naqueles meses, destacando a sua influência sobre as peças de teatro, e revelando os bastidores políticos e econômicos da corte da Rainha Elizabeth I.

Outro estudioso a defender a autenticidade shakespeariana foi Stanley William Wells (1930) é um Shakespeare erudito. Ele é presidente honorário do Shakespeare Birthplace Trust, Professor Emérito da Universidade de Birmingham, e importante autor de uma série de livros sobre Shakespeare, incluindo Shakespeare sexo e amor, e é editor geral do Oxford.

Há também uma instituição divulgadora de Shakespeare, Shakespeare Birthplace Confiança (SBT) é uma instituição de caridade registrada, educativa e independente com base em Stratford-upon-Avon, Inglaterra, que passou a existir, em 1847, para a preservação como um memorial nacional. Ele também pode reivindicar ser a sociedade mais antiga de conservação na Grã-Bretanha. Não recebendo financiamento do governo ou subsídios públicos, é totalmente dependente do público para o apoio, e depende de doações e da renda gerada a partir de visitantes. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário