segunda-feira, 14 de abril de 2014

A VIDA DE WILLIAM SHAKESPEARE - FAMÍLIA, NASCIMENTO, INFÂNCIA E EDUCAÇÃO

A VIDA DE WILLIAM SHAKESPEARE


FAMÍLIA, NASCIMENTO, INFÂNCIA E EDUCAÇÃO 


William Shakespeare foi filho de John Shakespeare, filho de fazendeiro, foi curtidor de peles e luveiro em Stratford. A profissão de luveiro demandava precisão e destreza, mas, infelizmente, não trazia grandes recompensas financeiras. Com o tempo desempenharia funções públicas importantes: seria conselheiro do burgo, juiz de paz e, finalmente, em 1568, grão-bailio (prefeito) de Stratford. Foi também acusado de haver comercializado lã ilegalmente. Há registros, na igreja de Stratford, que atestam sua ausência em celebrações religiosas; a causa provável era o fato de estar sendo processado por dívidas. John Shakespeare considerava esse fato conveniente e, assim, ter um pretexto para evitar não ir às orações da igreja. Outro fator era pela nova igreja que, naquela época, estava sendo estabelecida na Inglaterra. Muitos estudiosos acreditam que John era católico. Em 1559, cinco anos antes do nascimento de Shakespeare, a religião da Igreja Elisabetana instituída na Inglaterra resolveu cortar laços, finalmente, com a Igreja Católica Romana. Nos anos seguintes, na Inglaterra, houve uma pressão extrema contra os católicos com o fim de convertê-los à Igreja Protestante da Inglaterra e foram feitas leis para a ilegalização do catolicismo e contra os que se recusavam a aceitar a nova religião. Há uma evidência muito forte que aparece num escrito em que se professa um catolicismo secreto, assinado por John Shakespeare, pai do poeta. O escrito foi encontrado no século XVIII, nas vigas de uma casa onde tinha sido, numa ocasião, habitada por John Shakespeare, mas que ainda causa desconfianças. Desse modo, apesar de ter vivido um período de prosperidade que lhe permitiu comprar terras e casas em Stratford, John sofreu revezes que o obrigaram a se retirar da vida pública. Mary Arden, era filha de Robert Arden, próspero fazendeiro da região, cujo sobrenome remonta à época da conquista da Inglaterra pela Normandia (1066). Mary trouxe dote substancial ao casamento. Tudo indica que foi uma boa esposa e que contribuiu com o trabalho de John, além de cuidar dos seis filhos: William, Gilbert (1566-1612), Joan (1569-1646), Richard (1574-1613), Anne (1571-1579) e Edmund (1580-1607). A responsabilidade de Mary fica evidente na confiança que seu pai lhe depositou quando a tornou executora de seu testamento, fato raro para as filhas na época. O nascimento de William, que ocorreu em um dos surtos de peste bubônica que assolaram Stratford, deve ter trazido ao mesmo tempo muita alegria e muita apreensão a seus pais, John e Mary, que já haviam perdido duas filhas, Joan (1558) e Margaret (1562). 

William Shakespeare nasceu em abril de 1564, provavelmente na casa de Henley Street, hoje conhecida como The Birthplace (o local de nascimento), na cidade de Stratfordupon-Avon, no coração da Inglaterra. Embora a sua data de nascimento seja desconhecida, admite-se a de 23 de abril com base no registro de seu batizado, a 26 do mesmo mês, devido ao costume, à época, de se batizarem as crianças três dias após o nascimento. Shakespeare foi o terceiro filho de uma prole de oito e o mais velho a sobreviver. Muitos concordam que William foi educado em uma Petty School (escola de primeiras letras) e, depois, por volta de sete anos, ingressou em uma excelente grammar schools da época, um tipo de preparação para a Universidade.

Grammar schools (escola primária que é um dos vários tipos diferentes de escola na história da educação no Reino Unido e em alguns outros países de língua Inglesa, originalmente uma escola de ensino de línguas clássicas). O colégio onde estudou foi o King Edward VI Grammal. A vida, nesse colégio, para Shakespeare teria sido muito rigorosa, com uma carga horária mais que o dobro dos atuais horários escolares. Não se praticavam exercícios físicos e brincadeiras dentro da escola. Não existiam nem férias de verão ou de inverno. Com o tempo, John foi obrigado a tirá-lo desta escola, quando William deveria ter quinze ou dezesseis anos (algumas fontes citam doze anos). Na década de 1570, John passou a ter um declínio econômico que o impossibilitou junto aos credores e da sociedade. Acredita-se que, por causa disso, o jovem Shakespeare possuiu uma formação colegial incompleta. Shakespeare precisou trabalhar cedo para ajudar a família, aprendendo, inclusive, a tarefa de esquartejar bois e até a de abater carneiros. Mas sua primeira formação se deu basicamente, a partir da leitura dos clássicos como Sêneca, Plauto e Cícero, e do estudo do latim. A obra de Shakespeare fornece claras evidências de que ele aproveitou muito bem esses e outros autores. Um contemporâneo e dramaturgo rival, Ben Jonson (1572-1637), escreve em um famoso e ambíguo elogio, que Shakespeare conhecia “pouco latim e menos grego”. Jonson possuía um conhecimento clássico sólido em uma época que se valorizava muito a cultura greco-romana. O domínio de latim que Shakespeare possuía não era suficiente para o exigente Jonson que, no entanto, profetizou que Shakespeare pertencia “não a uma época, mas a toda eternidade”. 

Muitos historiadores acreditam que Shakespeare vivia fazendo uma resistência pacífica significativa sobre a recente fé imposta. Certos eruditos, usando as evidências históricas e literárias, aceitam a discussão de que Shakespeare era um dos recusantes. Outros eruditos acreditam que há evidências de que os sócios da família de Shakespeare eram católicos recusantes.








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